quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
O PAÍS DA PIADA PRONTA
O PAÍS DA PIADA PRONTA
Fonte: http://www.capitalgaucha.com.br/frameset/indexeditorialterca.htm
O episódio envolvendo o ator norte-americano Robin Willians é apenas mais uma polêmica que ataca a nossa nacionalidade, nosso orgulho enquanto brasileiros. Contudo, por mais que as declarações do comediante possam ser entendidas como depreciativas, nós somos os que mais nos colocamos para baixo, nos mais diversos setores da sociedade.
Em entrevista num dos programas mais populares dos Estados Unidos, o Late Show, de David Letterman, Robin Williams fez piada com a escolha do Rio para sede das Olimpíadas. Ele lamentou que a participação da apresentadora Oprah Winfrey e da primeira-dama, Michelle Obama, não tenha ajudado Chicago na escolha da sede. “Espero que ela (Oprah) não esteja chateada. Chicago enviou a Oprah e a Michelle. O Brasil mandou 50 strippers e meio quilo de pó. Não foi uma competição justa”, disse.
Numa primeira análise, nosso orgulho deveria ficar ferido pela piada feita em cadeia nacional norte-americana. mas, apesar disso, porque um ator estrangeiro deveria nos respeitar enquanto nação se nós mesmos não fazemos isso.
A Copa e as Olimpíadas estão aí, são uma realidade. Em dois anos, a cidade do Rio de Janeiro vai receber os dois eventos mais importantes de todo mundo e, mesmo assim, o conflito tráfico x poder público está muito longe de acabar.
Por outro lado, enquanto o Rio de Janeiro, uma cidade já conhecida mundialmente pelo seu potencial turístico, vai receber investimentos da ordem dos bilhões de reais, o resto do país vai continuar "chupando o dedo".
Enquanto isso, gravações feitas por Durval Batista desnudam as relações políticas no distrito Federal. No Rio Grande do Sul, uma CPI, prejudicada pelos próprios parlamentares, tenta avaliar se existe ou não corrupção no executivo estadual.
No Maranhão, a Fundação Sarney, de um ex-presidente da república, é apontada por estar envolvida em desvio de dinheiro público. No Espírito Santo, os níveis de corrupção dentro do Poder Público são mundialmente conhecidos e concorrem de perto com a Colômbia nos seus "melhores dias".
Tudo isso é apenas uma pequena fração do que poderia ser citado aqui. Assim, como é que uma pessoa em sã consciência pode ficar irritada com o Robin Willians? Ou com o jogador francês Henry, que afirmou, durante a Copa da França, que jogar contra o brasil é injusto, afinal, os nossos jogadores não "precisam treinar e estudar"?
O Brasil é uma farsa, é um arremedo de democracia. E, por mais que eu ame esse país, fica difícil defender a nossa imagem quando nós mesmos somos especialistas em "queimar o filme".
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