terça-feira, 10 de novembro de 2009
A Relação com a chefia
Estou abordando um tópico que escrevi e que fará parte da minha monografia voltada às Interferências da Saúde Mental na Produtividade.
Segundo um artigo (2009) de Ricardo Fortes da Costa, diretor de recursos humanos da Capgemini Portugal o cinismo é o gerador de muitos problemas no mundo corporativo . é esperado de um gestor um espírito de liderança construtiva para que uma equipe seja coesa e produtiva. Observa-se que, na maioria das vezes as respostas já estão prontas e respondidas pelo próprio gestor, que por falta de tempo ou desinteresse não observa as necessidades individuais de cada trabalhador . Alguns estudiosos da área humana falam mal sobre o discurso dominante, no qual o cinismo, a excessiva auto-estima, a esperteza e outros adjetivos são condições necessárias.
O gestor acessível, preocupado com o bem estar do todo e de todos não é bem visto na hora da escolha e geralmente perde espaço para alguém vaidoso, ambicioso e cheio de si que é quem vai manter a ordem e principalmente a produção e o ganho. Parte-se do princípio que o trabalhador está sempre em conflito com a instituição ou com alguém que nela esteja, o que pode ser real, mas não porque ele é um mal resolvido na sua essência e sim porque enxerga na pessoa que deveria ser o incentivador da equipe o seu maior algoz, o que se preocupa somente com a produção e não com quem a produz.
Normalmente a manipulação é utilizada como estratégia gerencial causando medo e sofrimento ao trabalhador. O medo de ser demitido aumenta as reações de indignação que contribui para a precarização do trabalho e acaba sendo como um círculo vicioso, saindo e retornando sempre ao mesmo lugar e aumentando a chance deste colaborador realmente ser afastado.
Existe motivação quando as pessoas se superam, a chefia não deve refutar as necessidades do trabalhador de auto-realizar-se, de aprender, do orgulho próprio, de ser útil à corporação, de ter suas idéias ouvidas e quem sabe utilizadas.
O dinheiro não é o único estímulo, o qual muitas vezes estimula a dependência da recompensa. A motivação depende da sensibilidade da chefia em verificar as necessidades do trabalhador no momento e propiciar um ato motivacional. É quando ele se coloca à frente como incentivador e identifica e faz com que as necessidades sejam cumpridas e conduz ao caminho da satisfação.
Normalmente a chefia pensa que não é necessária a motivação para o trabalho, é usada a máxima do mande quem pode , obedece quem precisa. A grande maioria das companhias não percebe que a falta de líderes eficientes desencadeiam trabalhadores apáticos e desestimulados., pois não não criam ambientes de satisfação e produtividade.
Os gerentes, muitas vezes, gerenciam departamentos, gerenciam pessoas, mas não as lideram. Muitos poucos empregados trabalham utilizando o seu potencial. A liderança eficaz os motiva voluntariamente e esta é a palavra-chave, a dedicarem suas mentes e atributos físicos para o objetivo maior. (Jack, A. 1989, p.26).
Liderar significa movimentar o trabalhador, fazendo-o colocar para fora a motivação que está dentro dele e só quem consegue isso são lideres que têm dentro de si o gostar de pessoas, ser sensível a novas idéias e o saber ouvir, tentando transformar as necessidades de cada um em aspirações e esperanças positivas. O objetivo principal é fazer com que cada trabalhador lidere a si próprio.
Normalmente é incentivada a chefia (cópia de um modelo estabelecido) e não a liderança (estar aberto ao desafio) e é por isso que empresas não alcançam os objetivos propostos perante aos trabalhadores, pois formam chefes (com idéias engessadas) e não lideres. É ignorado o sofrimento decorrente disto, instaura-se uma passividade coletiva ligada à falta de alternativas (Dejours, 1999a). Assim,o trabalho, apesar de estar cada vez mais presente na vida das pessoas, vai desaparecendo das referências éticas que sustentam a autonomia e auto-estima dos trabalhadores (Santos, 1999b).
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